sábado, 21 de julho de 2012

Tráfego pesado trava as equipes de socorro

Motoristas de ambulâncias e do resgate do Corpo de Bombeiros têm que encontrar saídas para driblar o complicado trânsito do Recife, que possui uma frota de mais de meio milhão de veículos

Publicado em 21/07/2012, às 15h04

Margarida Azevedo


Motoristas que atuam em casos de emergência sofrem no trânsito para conseguir agilizar atendimentos / Foto: Marcelo Pastich / JC Imagem

Motoristas que atuam em casos de emergência sofrem no trânsito para conseguir agilizar atendimentos

Foto: Marcelo Pastich / JC Imagem

Sete horas e quarenta e nove minutos. Manhã de quinta-feira (19). O Serviço Móvel de Urgência (Samu) é acionado para atender um chamado no bairro da Guabiraba, Zona Norte do Recife. A ambulância sai da Boa Vista, Centro da capital. De sirene ligada, os 12 quilômetros foram percorridos em 11 minutos. Para chegar com a agilidade que o atendimento exige, o condutor Francisco Alves, 52 anos, pensa rápido. Embora vá fazer um caminho maior, decide seguir pela Avenida Caxangá porque a via tem faixa exclusiva de ônibus, facilitando o deslocamento. Diante da grande frota no Estado - só Recife tem atualmente mais de meio milhão de veículos, número que cresceu 188% desde o início da década de 90 - motoristas de ambulâncias e do resgate do Corpo de Bombeiros têm que encontrar saídas para driblar o complicado trânsito da capital.


“Para nós, o relógio toca atrasado. Quando somos acionados, o acidente já aconteceu. É preciso pressa para prestar o socorro. Mas os engarrafamentos atrapalham muito nosso trabalho”, destaca o coordenador do Samu no Recife, o médico Leonardo Gomes Menezes. A geografia do Recife também não ajuda, com ruas estreitas para muitos carros passarem de uma só vez. “A falta de sensibilidade dos motoristas é outro aspecto que dificulta. Percebo que as pessoas atualmente respeitam menos as ambulâncias. Nem sempre dão passagem”, complementa Leonardo. “Quanto mais rápido chegarmos, mais chances de sobrevida. O ideal seria que a equipe levasse até 15 minutos para se deslocar até a ocorrência. Mas há casos de demorar mais de 30 minutos, dependendo do local e do horário que aconteceu”, observa o comandante-geral do Corpo de Bombeiros de Pernambuco, coronel Carlos Eduardo Casa Nova.




Condutor do Samu do Recife há oito anos, Maurílio Félix Gomes, 39 anos, diz que não existe mais horários de pico. “Toda hora é difícil de trafegar pela cidade. Quando aparece um chamado para o Ibura, por exemplo, no fim da tarde, é pedir ajuda a Deus para chegar logo. Um trajeto que faríamos em 15 minutos pode levar mais de meia hora por causa dos engarrafamentos”, diz Maurílio. “Mais corredores exclusivos de ônibus ajudariam muito. Em bairros como Boa Viagem temos poucas opções de itinerários alternativos. Os buracos também atrapalham, sobretudo quando transportamos pacientes com politraumatismo”, ressalta Maurílio.

A atitude de motoristas que aproveitam o espaço deixado pela ambulância prejudica o serviço. Segundo o Código Brasileiro de Trânsito, seguir veículo em atendimento de urgência é infração grave (cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação) e resulta em multa de R$ 127,69. Ano passado, 20 pessoas foram multadas pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Este ano, até junho, houve 14 multas por causa da irregularidade. “Seria ótimo se os motoristas soubessem como proceder na hora que precisam dar passagem à ambulância. O ideal seria posicionar-se à direita e deixar a faixa da esquerda livre. Às vezes uns se aborrecem ou, sem saber o que fazer, simplesmente param o carro”, diz Francisco Alves.

Fonte: NE10

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