Este é artigo foi publicado no blog De Olho no Trânsito e escrito por
Cristina Baddini com o título "Mulher no volante, perigo distante".
No
Dia Internacional da Mulher, cabe uma reflexão e uma análise sobre a difícil
arte da dirigir bem. Dizem que mulheres dirigem mal, estacionam mal, não
entendem nada de carro, porém os acidentes, em sua maioria, são provocados por
homens. Cerca de 80% dos motoristas que tiveram sua carteira de habilitação
suspensa em todo Brasil são homens. Ter menos multas significa mais segurança e
economia. O Departamento Nacional de Trânsito aponta que apenas 11% dos
acidentes ocorridos entre 2004 e 2007 tinham mulheres na condução do veículo.
Os homens são 77% mais vulneráveis à morte em acidentes automobilísticos nos Estados Unidos, diz um estudo feito pela Universidade de Carnegie Mellon, em Pittsburgh.
Os homens são 77% mais vulneráveis à morte em acidentes automobilísticos nos Estados Unidos, diz um estudo feito pela Universidade de Carnegie Mellon, em Pittsburgh.
ATÉ
O SEGURO DO CARRO PARA NÓS É MAIS BARATO
Os
homens motoristas correm 78% mais riscos que as mulheres de morrer em um carro,
segundo cálculo baseado no número de quilômetros percorridos e que consta deste
estudo realizado pela Universidade Carnegie Mellon. Muitas seguradoras acabaram
beneficiando as mulheres com o valor do seguro mais baixo, já que todos os
estudos mostram que elas provocam menos acidentes. Segundo cientistas da
Universidade de Bradford, na Grã-Bretanha, é que o hormônio estrogênio nos dá o
poder de mudar o foco de atenção de uma situação para outra de maneira mais
rápida e eficaz e assim, dirigir melhor.
SOMOS
MAIS DA METADE DA POPULAÇÃO BRASILEIRA
A
relação do veículo com as mulheres é diferente da dos homens. Para os homens, o
automóvel é um símbolo de masculinidade e autoafirmação. O homem vê no carro
uma extensão dele. ‘Meu carro, meu espaço, meu reduto.' O comportamento da
mulher é bem diferente. Ela vê o carro mais como um apoio à vida pessoal dela.
Levar o filho à escola. Mulher sempre transporta várias coisas no porta-malas.
Para a mulher, o carro é um prolongamento da sua casa. É com ele que a mulher
leva o filho para a escola, faz compras, leva os pais ao médico e vai para o
trabalho. Ela cuida e protege o automóvel com cuidado e atenção.
NÃO
VEJO PAIS DAREM CARRINHOS PARA SUAS FILHAS
Mulheres
não são estimuladas a dirigir. Os pais não dão um carro para as filhas quando
fazem 18 anos, mas aos filhos isso é estimulado. Assim como mecânica e
idolatração de carros. Carro é o símbolo maior da masculinidade. E eu acho isso
muito triste. Porque carro é o prejudicial ao nosso planeta. E acho que isso
não deveria ser estimulado para ninguém. Nem para homens nem para mulheres. O
fato é que o trânsito das grandes cidades é complicado. Em parte devemos à
concentração excessiva da frota e poucas políticas públicas para o transporte
coletivo. E em parte disso devemos ao machismo e toda essa cultura de força e
poder que o carro representa.
DIRIGIR
BEM OU MAL INDEPENDE DE SEXO
Mitos
à parte, o trânsito é democrático e há lugar para todos os tipos de motoristas,
como ensinam os desenhos animados. Das mulheres mais parecidas com a Penélope
Charmosa aos condutores que viram monstros ao volante, como o desenho do
Pateta. Enfim, a mulher é mais atenciosa, mais dedicada e mais cumpridora das
regras de trânsito. E sim, mulheres podem dirigir bem. E muito bem por sinal.
Existem os homens e as mulheres que dirigem bem e os homens e as mulheres que
dirigem mal. Hoje sabemos que muitos preconceitos são fruto do desconhecimento
de que desde a evolução da espécie, os homens e as mulheres são diferentes e
possuem habilidades distintas. Infelizmente, o preconceito existe de todas as
formas e em todos os lugares. Mais do que viver brigando, discutindo por
opiniões, comportamentos, crenças ou afirmação temos é que procurar viver em
harmonia e respeitar as diferenças.
Mas,
o ir e vir diariamente de automóvel é um desperdício de recursos naturais e
altamente ineficiente quando se trata de locomoção de grandes massas.O mundo
precisa mesmo é de pessoas caminhando, indo trabalhar de bicicletas ou viajando
de transporte público. Transporte para pessoas e não cidades construídas para
carros.
Homem
ou mulher, seja responsável pelas suas escolhas e pelos seus atos nas vias
públicas.
Cristina Baddini é especialista em trânsito.
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